Genealogia SOUZA VIANNA (V)

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Filhos e netos de CÂNDIDO

(Cândido: filho de Josefa Fernandes de Azevedo e Antônio de Souza Vianna)

Viannas Mapa Va

José Felippe Benício − Natural do arraial de São Bartolomeu − distrito pertencente a Ouro Preto −, como também sua filha Júlia Honorata Benício, mas a naturalidade dos demais é desconhecida. O povoado, batizado com o nome do apóstolo, é um dos mais antigos de Minas Gerais. Está situado a vinte e cinco quilômetros de Ouro Preto e sua fundação, pelos bandeirantes que chegaram em busca do ouro, data do final do século XVII. Atualmente, em todo dia 24 de agosto, a vila de São Bartolomeu é destino de romarias oriundas de várias localidades do país, em busca da benção e milagres do santo. Nesses dias, o sagrado convive com o profano, quando forasteiros movimentam a pequena comunidade.

Post - São Bartolomeu

Vista de São Bartolomeu: ao fundo, capela de N. S. das Mercês e, à direita, a igreja  do padroeiro.

Passagem por Sabará − No ano de 1831, José Felippe Benício estava presente em Sabará, na qualidade de “ajudante” da Câmara Municipal, pois era desenvolto na arte de escrever e lidar com documentos, ofício muito valorizado na época. Naquele ano, foi um dos subscritores de um manifesto enviado ao governador da província, como membro da Sociedade Pacificadora de Sabará, cujos integrantes defendiam as idéias liberais.  Argumentavam “… que não se poderia desconsiderar a existência de fracçao do partido desorganizador (conservador), a qual rondava a Província e o Império, porque isso poderia levar até mesmo a uma revolução intestina, ou a uma guerra civil, como tem acontecido na França.”(1)

Ao se transferir para Curvelo, Benício manteve-se fiel aos mesmos ideais e filiou-se ao Partido Liberal daquela cidade. Quando chegou tinha o posto de alferes da Guarda Nacional e foi galgando outras patentes, até chegar à de major. Foi vereador e juiz de paz substituto, sendo muito requisitado para lavrar documentos, pois possuía bom conhecimento do vernáculo e boa caligrafia.

Post - São Bartolomeu Cap&Igr 1 Capela de Nossa Senhora das Mercês e igreja de São Bartolomeu (Fotos: Fernando Bigarella).

Benício citado em ofício − “Acuzo ter arecebido o officio de V.S. de 19 de Abril pp no qual me faz ver q a Camara monicipal deça Vila consintio ao sidadão Joaquim Joze da Costa a escuza q pedio do cargo de Juiz de Pas deste Destrito (Traíras, distrito de Curvelo) pr (por) ter servido na paçada ligislatura e q eu como imidiato em votos fose (fosse) por mim ou pr (por) meu por curador prestar juramto (juramento). Ao tomar poçe do referido cargo; o q ponho na Illma prezencia de V. S. q. estevo (estive) impossibilitado de poder servir pr.  q. (porque) além de ter servido na ligislatura paçada vivo doente e q pa (para) o labor de servir o anno paçado servio* (*serviu) o resto do anno o suplente o Alfes* (*Alferes) Joze Biniçio* (*José Felippe Benício) pr* (*por) eu não poder pr* (*por) cujo principio espero de V.S. a graça de ser escuzado do do.* (*dito) emprego. / Trairas, 13 de Maio dos 845. / (Dirigida ao) Dr. Go. V. S. (?)

Post - Benício - ofício

Fragmento do ofício de Joaquim Joze da Costa ao presidente da Câmara da vila de Curvelo – Fonte: Arquivo Público Mineiro.

Ata da câmara municipal de Curvelo – “… Sobre pro(posta) do Snr. Benício rezolveo a Ca(mara) .. ao Governo a consignação … centos mil reis, pra. reparo da Matriz desta Va.* (*Villa), cujo projecto de officio a respeito foi approvado: de… exarado levantouse a S(essão). Eu Manoel Pera.* (*Pereira) da Silveira, secretario escrevi esta acta. / Modesto José de Soisa – José Felippe Benicio – José de Magalhains – Anto. (Antônio) da Costa Chavez – Antonio da Cunha Dias”

Post - Ata assinatura

Fragmento da ata da segunda reunião da Câmara Municipal de Curvelo, ano de 1840 – Fonte: Arquivo Público Mineiro.

Post - Cândido & suas mulheresMaria Cândida, segunda mulher; Júlia Hororata, primeira mulher (sem imagem) e Cândido (pinturas por Carlo Penuti).

Nhanhá, breve perfil, por sua filha − “Mamãe (Maria Wenceslina) era alegre e comunicativa e assim se conservou até quase o fim da sua vida. […] Nasceu, viveu e morreu pobre. Sua vida foi de altos e baixos, ora melhor, ora pior, mas nunca de facilidade. […] Não ia a bailes ou festas de qualquer espécie, as suas saídas limitavam-se à igreja. […] Vivia exclusivamente para os filhos, dos seus pequenos triunfos e da esperança que depositava no futuro deles e sua confiança, nesse ponto, nunca desfaleceu um momento sequer.

Mulher de forte personalidade, aonde quer que fosse, apesar de inculta, não passava despercebida, sua prosa sendo apreciada por homens e mulheres. Coração apaixonado, capaz das maiores entregas, aparentava uma secura que chegava a enganar até mesmo os mais íntimos. Como toda gente do interior, principalmente mineira, tinha pudor dos seus sentimentos mais profundos, reservando-se ao máximo. Temia o ridículo e preferia passar por fria e indiferente a exteriorizar carinho.

Em casa, sempre lhe tinham sido atribuídos os trabalhos mais pesados, devido à sua compleição robusta e sadia: cozinhava, lavava, engomava, rachava lenha e socava milho no pilão, para fazer canjica. […] Aos dez, onze anos, tomava conta do irmão mais moço (Oscar), para ajudar vovó (Leopoldina Auta), viúva com quatorze filhos, que cosia à máquina para ganhar o sustento de todos.

Aos vinte anos casou-se. Companheira de infância e amiga da primeira mulher de papai (Regina Tassara), foi incansável durante a moléstia que a vitimou.  Fazia-lhe companhia […] chegando a dormir na mesma cama, a despeito das frequentes hemoptises(2) que a acometiam. Apenas com dezoito anos de idade, acudiu-a com o maior carinho, sem temor da moléstia que, naquele tempo, fazia o terror de todos.

Morta a amiga, depois de cinco anos de sofrimento, em que lhe foi fiel e dedicada ao máximo, papai (Joaquim Cardoso), algum tempo mais tarde, pediu-a em casamento.” Por Maria Helena Cardoso.

Post - Nhanhá & Lúcio & Oscar

Maria Wenceslina Netto Cardoso (por Emeric Marcier), Joaquim Lúcio Cardoso e Oscar de Souza Netto.

Oscar e Ordália, breve perfil − “Permita-me o leitor, aqui, um recuo no tempo, embora o assunto das próximas linhas continue a abordar o mesmo tema: Juscelino(3) casamenteiro.

Como acontecia antes, em Belo Horizonte, no Palácio das Mangabeiras; no Rio, os saraus de Juscelino tinham lugar no Palácio das Laranjeiras, que após a trágica morte de Getúlio(4), passara a ser a residência dos presidentes da república. Nas tardes e noites festivas, na mansão construída pelos Guinle, uma das presenças mineiras mais assíduas era a diamantinense Ordália Leite Netto, uma simpática e extrovertida morena, que passara dos cinquenta, viúva recente de mais um amigo de Juscelino, lá de Minas, Oscar Netto, pessoa de temperamento boêmio por natureza, sempre metido em negócios variados que lhe rendiam bom dinheiro, que ele gastava fácil, e com o qual custeava os liberalíssimos e fartos open house que costumava dar em sua mansão belo-horizontina.

Quando governador, Juscelino vez por outra aparecia por lá, para provar o francesíssimo champagne rosé do dono da casa. Bebia uma ou duas taças, dançava três ou quatro valsas com as damas ali aleatoriamente escolhidas e, o resto do tempo, ficava a ouvir as histórias e piadas de Oscar Netto, que também faziam seu deleite.

Quando soube da morte do amigo e, consequentemente, da prematura viuvez da simpática, alegre e miudinha Ordália, os ímpetos casamenteiros de Juscelino novamente se acenderam.

– Temos que casar Ordália – vivia a dizer aos amigos de Minas que o visitavam.

Repentinamente, por motivos que só mais tarde seriam revelados, o solitário e “degredado” ministro Francisco Medaglia passou a ser um dos convidados escolhidos a dedo por Juscelino, para as animadas festinhas no Laranjeiras. A mim, a Geraldo Carneiro, ao Cristiano, a quase todos que o serviam de perto no Catete, já se tornara rotineira sua recomendação:

– Liguem para o ministro Medaglia. Digam-lhe para aparecer amanhã, à tarde (ou à noite) lá nas Laranjeiras.

Logo, por iniciativa presidencial, a jovem viúva Ordália Leite Netto e o já maduro e solitário ministro Medaglia se tornavam amigos. Da amizade para o noivado foi um pulo e, daí, para o casamento, outro bem mais curto. Poucos meses depois do primeiro encontro do ministro com Juscelino, Medaglia iria se tornar o segundo marido de de Ordália Leite Netto: mais dois corações solitários que a implacável e bem intencionada alcovitice de Juscelino iria unir para sempre, ou melhor, até que a morte os separasse.” (5) – Por João Pinheiro Neto

Pedro Netto, breve perfil

Post - Pedro Netto p Alfredo

Curvelo Notícias – Março.1974 (O autor foi presidente da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais).

Post - Francisca & Pedro casam

Francisca Santos Netto (assinava Gomes Netto) e Pedro de Souza Netto.

Viannas Mapa V segundo

Batismo − “Aos 19 de maio de 1872, o Pe. José Ferr.a da Luz baptizou a Faustina (Faustina Cândida), nascida a 27 de novembro de 69, f.a leg.a de Theophilo Ezequiel de Oliv.a Campos e Faustina Carolina A. da Silva.  P. P. (por padrinhos) Frederico A. A. da S.va e Izabel da Cunha Sampaio. / O vig. Miguel Kerdole (Dias Maciel)

Post - Ezequiel & Faustina Car & Faustina Cân

Theophilo Ezequiel de Oliveira Campos, Faustina Carolina Álvares da Silva, Faustina Cândida de Oliveira Campos.

Post - Batismo de Faustina

Faustina Cândida − Cúria Metropolitana de Belo Horizonte, Abaeté, Batismos, 1847/1886, fl. 23.

Post - José Cândido e identidade

José Cândido de Souza Vianna e seu documento de identidade.

Casamento − “Aos quatro dias do mez de março do ano de mil novecentos e trinta pelas 7 horas da noite nesta matriz de Abaeté […] em minha presença e nas das testemunhas Dr. José Cândido de Souza Viana e Augusto V. Castelo (Augusto de Azevedo Vianna), receberam-se em matrimônio Dr. Oscar de Campos Viana e D. Maria Raquel Goulart. […] nascida e batizada na freguesia de Barbacena e residente na freguesia de Belo Horizonte…”

Post - Casam M Raquel & Oscar

Fragmento de certidão. / Casal Maria Rachel Goulart Mascarenhas e Oscar de Campos Vianna.

Post - Alda & José & Noemi & Álvaro

Irmãos Alda Campos Vianna e José Vianna Filho. /  Noemi e Álvaro Diniz Mascarenhas (pais de Maria Rachel Goulart Mascarenhas).

José Cândido de Souza Vianna, breve perfil − Fez os primeiros estudos no internato do Seminário de Diamantina. Depois, foi enviado pelos pais, juntamente com irmãos Cândido José (Candinho), Pedro Maria e Antônio ao Rio de Janeiro, onde todos ingressaram na Faculdade de Medicina. Após a formatura, José Cândido defendeu tese médica, em 22.12.1882. Seus dois irmãos também graduaram-se em medicina. Pedro Maria permaneceu no Rio de Janeiro, onde se casou com Luiza, filha do célebre jurista Cândido Luiz Maria de Oliveira, conselheiro do Império(6). Faleceu naquela cidade muito jovem, vitimado pela mesma moléstia que estava estudando. O outro, Antônio (dr. Antonico) retornou a Curvelo, onde exerceu a medicina. Cândido José não pode levar os estudos até o fim, porque adoeceu.

Naquela época, primeiramente cursava-se farmácia e, em segunda etapa, a medicina. E assim fez José Cândido, que sempre se destacou nos estudos e, por isso, chamou a atenção do médico e professor Hilário de Gouvêa, de quem foi assistente. Na sua formatura, seu mestre o presenteou com o anel de grau e, por algum tempo, trabalhou com o renomado médico na clínica geral e de oftalmologia. Quando ocorreu a devastadora epidemia da varíola, dedicou-se com afinco a atender aos doentes, motivo pelo qual foi agraciado com a comenda da Ordem da Rosa.

Em Minas Gerais, exerceu a medicina percorrendo o oeste do estado, atendendo pacientes com abnegação, dia e noite. Para tanto, mantinha dois arrieiros prontos para acompanhá-lo nas viagens e cuidar dos animais. Eram sempre portugueses, muito fiéis ao patrão. Por princípios, nunca se utilizou de trabalho escravo para si, como lutava pelo fim da escravatura. Desde os tempos de estudante, no Rio de Janeiro, se envolvera na campanha abolicionista.

Post - Sem Diamantina & Macaúbas

Seminário de Diamantina e o “colégio” de Macaúbas.

Certa feita, nas suas andanças, passou pela vila de Abaeté e enamorou-se de Faustina Cândida, uma menina que acabava de regressar do colégio de Macaúbas, em Santa Luzia, o único educandário feminino que existia em Minas Gerais. Era a filha mais velha do hospedeiro, o tenente-coronel Theophilo Ezequiel de Oliveira Campos, bisneto de d. Joaquina de Pompéu − ela assinava Oliveira Campos −, e que era casado com Faustina Carolina Álvares da Silva, filha de Antônio Zacarias Álvares da Silva  o barão do Indaiá −, ele era filho do major Antônio Álvares da Silva e de Anna Felisberto de Oliveira; casou-se com Isabel Carolina da Cunha Sampaio e tiveram muitos filhos. Theophilo Ezequiel era filho do capitão Joaquim Álvares da Silva(7) e de Anna Jacinta de Oliveira Campos.

José Cândido e Faustina Cândida logo chegaram ao casamento e foram residir em Pitangui, onde nasceu Alda, a primeira filha. José Cândido não se adaptou ao clima do lugar, que era muito frio e úmido. Ali apanhou reumatismo e decidiu mudar-se para Dores do Indaiá, por curta temporada, indo depois para Curvelo, onde clinicou durante vários anos.

Em sua passagem por Curvelo, demonstrou a abnegação de médico. Um fato ficou marcado, uma paciente muito pobre foi atendida por ele que a tratou com muito carinho e gratuitamente. Era uma senhora idosa e muito religiosa, que padecia de problemas cardíacos. Como ela queria retribuir as atenções que lhe dedicava, fez uma cópia do Salmo 90 e deu de presente ao doutor, dizendo que era para protegê-lo contra todos os perigos. Era hábito, entre as pessoas do interior, trazerem sempre consigo alguns desses manuscritos, aos quais chamavam de “breve” (meditação breve), para colocá-las sob a guarda divina.(8)

Quando nasceu Alda, sua primeira filha, a mãe Faustina Cândida tinha apenas dezessete anos de idade e ficou muito doente. A mãe, que estava em Pitangui para assistir ao parto, levou a netinha para Abaeté e a criou até os cinco anos de idade. O casal não teve coragem de trazer de volta a primogênita, que era adorada pelos avós e, por isso, resolveram mudar-se para Abaeté, em 1892. Ali nasceram mais dois filhos: Oscar e José (Juca).

Uma curiosidade: em Abaeté, José Cândido e Faustina moraram numa chácara, nos arredores da vila, oferecida pelo vigário Pedro Américo. A jovem esposa, acostumada com as escravas da casa dos seus pais, sentia falta delas para os serviços de casa e necessitava de um rapaz para as compras na cidade. Mas José Cândido não queria escravos e empregados de aluguel eram raros. Sabendo da dificuldade que a filha enfrentava, o tenente Ezequiel mandou de Abaeté um escravo jovem, jeitoso, bem educado, chamado Gaspar, que não tardou a dar trabalho ao delegado e este, por seu lado, não queria desagradar o Doutor. Gaspar, que além de corpulento se achava bonitão, não permanecia à noite na chácara e fugia para a vila. Sempre bebia nos botecos, ficando valentão e, com o sangue quente dos seus dezesseis anos, brigava e desafiava todo mundo, acabando as noitadas na cadeia. Sua patroa tomava conhecimento, mas não contava as trapalhadas para o marido, preferindo ela mesma acertar as contas com ele. Mas, infelizmente, certo dia o delegado apresentou as contas da carceragem e o doutor José Cândido pagou e, aliviado, tirou um peso da consciência. Foi uma boa desculpa para devolver o escravo Gaspar à casa do seu sogro.

Em Araxá, envolveu-se na política e elegeu-se presidente da Câmara Municipal de Abaeté (corresponde ao prefeito atual) e foi também senador do governo mineiro e deputado geral, ao tempo da monarquia, derrotando em Minas o candidato da oposição –  Felício dos Santos –, em 1890. Deslocando-se para o Rio de Janeiro, para ser empossado, soube em Barra do Piraí, da Proclamação da República. Contam que, então, ficou ansioso para chegar e ver a abertura da nova era política. Relatava sempre, para as pessoas da família que, quando chegou à capital do país, viveu dias de “festas sem fim”.

Post - Abaeté dois prédios

Abaeté, casa comercial (foto de Valério Gabriel) e fórum, prédios construídos com tijolos, graças a José Cândido.

Homem culto que era e de espírito avançado para a época, levou oleiros italianos para Abaeté, onde ninguém conhecia tijolos e as casas eram todas de adobe ou pau-a-pique. A primeira casa de tijolos a ser construída foi a da sua chácara, depois a igreja, o cemitério e assim por diante. Também instalou moinhos de vento para abastecimento de água da cidade, construiu o fórum e a cadeia pública; mandou o engenheiro Francisco Palmério(9) traçar a planta da cidade; trouxe professores de fora para melhorar o ensino e criou uma escola mais avançada que ensinava até línguas estrangeiras, denominada Externato e mandou vir de Pitangui um excelente professor, Nhonhô Macedo.

Médico admirável, devotado à profissão, espirituoso por natureza, mordaz nas críticas, caridoso e desprendido, sabia curar doenças difíceis, naqueles tempos que não se conheciam os antibióticos. Tinha várias variadas habilidades, tanto na clínica geral, como nas áreas de otorrino, oftalmologia e na cirurgia. José Cândido faleceu em Abaeté, em 1943, aos oitenta e sete anos de idade, lúcido e com o mesmo espírito elevado que manteve por toda vida.(10)

Post - A Zacarias & casa Joaquina

Antônio Zacarias Álvares da Silva e ruínas da casa de Joaquina Bernarda da Silva de Oliveira Campos (em Pompéu).

Parentesco – Em carta que escreveu para o amigo Antônio Gabriel Diniz, o curvelano Augusto de Vianna do Castello contou: “O professor Cândido de Oliveira Filho mora na mesma rua em que moro (no Rio de Janeiro), Visconde de Caravelas, 62. […] Ele é meu primo, filho da Candinha (Cândida Pereira da Costa), filha do meu tio José Pereira da Costa (Júnior)(11), o Ruivo, irmão da minha mãe (Maria Sérgia Pereira da Costa). Era afilhado de batismo do meu pai.” Cândido Filho é meio-irmão de Luíza de Oliveira, casada com Pedro Maria de Souza Vianna.

Parentesco – Cândida Pereira da Costa era filha de Maria Leopoldina da Conceição Abreu (†07.07.1905, Curvelo) e irmã de Maria da Glória Pereira da Costa (casada com o major João Francisco de Assis de Souza Vianna); de José Pereira da Costa – Juca – (casado com Filomena Vitta); e de Antônio Augusto Pereira da Costa.

Álvaro Pinheiro, breve perfil −

Post - Álvaro Pinheiro

Álvaro Celestino Fernandes Pinheiro, casado com Eudóxia Josefina, filha de Cândido de Souza Vianna.

 Organização, texto e arte: EDUARDO DE PAULA / Colaboração: Berta Vianna Palhares Bigarella

(1) SANTOS, Marileide Lopes dos – Dissertação “Educação, assistência e sociabilidade: o governo dos pobres em Sabará”, UFMG, 2007, p. 88 a 123. / Câmara Municipal de Sabará, 04, 27/06/1831, fl. 47.

(2) Hemoptise: expectoração sanguínea que pode ter diversas causas.

(3) OLIVEIRA, Juscelino Kubitschek de − médico e político.

(4) VARGAS, Getúlio Dornelles − advogado, estancieiro e político.

(5) PINHEIRO Neto, João – “Juscelino, uma história por amor”, editora MAUAD, 2ª edição, 1994, p. 131 a 132. 

(6) OLIVEIRA, Cândido Maria Luiz de − Veja o Post “Perfil de Cândido”, em http://sumidoiro.wordpress.com

(7) SILVA, Joaquim Álvares da − Conhecido também por Joaquim Antônio do Quati (da fazenda do Quati).

(8) O referido Salmo 90 foi recopiado daquele que foi presenteado a José Cândido e guardado como relíquia familiar por sua filha Alda. // “Salmos ou Tehilim (do hebraico תהילים, Louvores) é um livro do Tanakh (fazendo parte dos escritos ou Ketuvim) e da Bíblia Cristã, vem depois do Livro de Jó e antes do Livro dos Provérbios. É o maior livro de toda Bíblia e constitui-se de 150 (ou 151 segundo a Igreja Ortodoxa) cânticos e poemas que são o coração do Antigo Testamento, é a grande síntese que reúne todos os temas e estilos dessa parte da Bíblia, utilizados pelo antigo Israel como hinário no Templo de Jerusalém, e hoje são utilizados como orações ou louvores, no judaísmo, no cristianismo e também no islamismo (o Corão refere aos salmos como “um bálsamo”). Tal fato, comum aos três monoteísmos semitas, não tem paralelo, dado que judeus, cristãos e muçulmanos acreditam nos Salmos que foram escritos em hebraico, depois traduzidos para o grego e latim. A autoria da maioria dos salmos é atribuída ao rei David, o qual teria escrito pelo menos 73 poemas.” – (Fonte: Wikpédia)

(9) PALMÉRIO, Francisco − Pai do escritor Mário Palmério.

(10) Uma das fontes deste tópico: depoimento de Aloysio da Cunha Pereira, neto de José Cândido e Faustina Cândida..

(11) COSTA Júnior, José Pereira da − Sua filha, Cândida Pereira da Costa (Candinha) foi uma das mulheres de Cândido Maria Luiz de Oliveira; é mãe de Cândido de Oliveira Filho (veja o Post “Genealogia Souza Vianna II”).

——— Continua: aguarde atualização.

28 opiniões sobre “Genealogia SOUZA VIANNA (V)

    • Olá João:
      Se tiver fôlego, vou continuar com esse trabalho. Muito obrigado pelo estímulo.
      Um abraço do Eduardo.

  1. Caro Eduardo,

    Você tem conhecimento de um ramo da família SOUZA VIANNA que vive no Ceará desde o início do século XIX? Minha bisavó chamava-se Maria das Mercês de Souza Vianna. Meu bisavô era Francisco de Assis de Souza, filho do velho Miguel de Souza, do Castro. Este último, parente do padre MORORÓ, revolucionário da Confederação do Equador.

    Arievaldo Vianna

    • Ari Evaldo:
      Não tenho conhecimento dos Souzas Viannas do Ceará. É até possível que sejam os mesmos daqui de Minas Gerais, apesar de ser difícil fazer tais ligações familiares. Se você tiver maiores informações, ficaria muito agradecido em recebê-las. Vamos procurar juntos, entusiasmo não me falta para investigar.
      Cordialmente,
      Eduardo de Paula

  2. Caramba. Sou um apaixonado por Maria Helena Cardoso e um dia, se Deus permitir, gostaria de transformar seu livro “Por Onde Andou Meu Coração” em filme. Obrigado pelos dados que aqui estão. Gostei da árvore genealógica.

    • Marcos:
      Maria Helena – Lelena – é minha minha prima, em segundo grau. Convivi com ela. Quem sabe escrevo um Post sobre ela?
      Um abraço do Eduardo.

  3. Adorei o brilhante texto! Espero que minhas raízes também sejam estas, (já faz tempo que procuro alguma coisa), haja vista meu nome terminar com Souza Vianna também.

    • Alessandra: Tínhamos sim, José Cândido de Souza Vianna. Aí no Post escrevo sobre ele.
      Agradeço o beijão enviando-lhe outro, do Eduardo.

  4. Eduardo, doutor em artes, literatura e saudade:
    É tocante o seu blog. Sua dedicação investigativa, as escolhas precisas nas palavras, encaixadas como blocos de pedras antigas, conseguem produzir um texto que nos prende e não dá trégua na leitura. Você, é um grande escritor, assim como foi a vida inteira explêndido pintor. Antes pintava o que via e sentia, agora escreve, investiga e revela traços de tempos distantes, como se estivéssemos próximos às pessoas daqueles bons tempos. Muito grato!
    Sérgio Gazel.

  5. Bom dia, Senhor Eduardo!
    Não sou dessa “Grande Família” acima descrita e ilustrada.
    No entanto, peço a gentileza de informar-me se o Dr. José Cândido de Souza Vianna pode ser o mesmo patrono da Escola Estadual situada na Rua Diana, em Perdizes-São Paulo. Preciso esclarecer esta dúvida que tenho.
    Agradeço pela atenção.

    Degiovani

  6. Olá meu pai morou em Sumidouro quando criança e meu avô trabalhou na prefeitura da cidade gostaria muito de descobrir a arvore genealógica da minha família … mas não tenho muitas informações ambos já faleceram … bacana sua atitude em manter essas informações de alguma maneira devo pertencer a essa arvore que já começou

    • Viviane:
      Existem outros Sumidouros. Esse do qual falo é a Quinta do Sumidouro que pertence a Lagoa Santa (MG).
      Abraço do Eduardo.

  7. Boa tarde, Eduardo. Achei muito bom o seu trabalho. Nas suas mexidas com informações de Abaeté não se deparou com nomes da família Mattos ou Almeida Mattos… ou Felicio de Almeida Mattos? É que pesquiso esse meu ancestral e nunca encontro informações suficientes. Grande abraço e parabéns!

    • Roberto:
      Por enquanto ainda não me deparei com o que você procura. Se achar alguma coisa lhe avisarei.
      Muito obrigado e um abraço do Eduardo.

  8. Boa noite! Tudo bem?

    Gostei muito de ler sobre o meu Bisavô José Cândido de Souza Vianna e da minha Bisavó Faustina! Parabéns !

    Att,
    Hélio

  9. Caro Eduardo, foi uma satisfação ver em seu blog as fotos de meus pais, Rachel Mascarenhas Vianna e Oscar de Campos Vianna, que publicamos em “Rachel Mascarenhas Vianna – por ela e por nós”, em cujo lançamento tivemos o prazer de sua presença e de Berta Vianna Bigarella, em outubro de 2012. Os retratos originais de meus antepassados, Theófilo Ezequiel e Faustina Carolina (bisavós) e Faustina Cândida (avó), bem como do Senador Sousa Vianna encontram-se com meu primo Oswaldo de Campos Melo, no Rio de Janeiro. Os de meus avós maternos e de meus tios paternos José Vianna e Alda Vianna Cunha Pereira encontram-se comigo.
    Quero ressaltar a importância de seu trabalho não só para a nossa história familiar, mas também para a história de Minas, pois, com orgulho, podemos dizer que se trata de uma das mais tradicionais famílias mineiras. Não se pode negar o alcance das redes sociais, mas… não está na hora de colocar tudo isso em um livro? Ainda há pessoas que não abrem mão de um livro. Sou uma delas. Sou sua seguidora há anos. Se puder colaborar com você em alguma coisa, conte comigo, estou à disposição.
    Um abraço da sua prima, Sílvia Maria Mascarenhas Vianna

    • Olá prima Sílvia:
      Você sabe que sou também Vianna. Pesquisei muito sobre nossa família e possuo em arquivo muitas informações. Por enquanto, vou lhe enviar, por email, alguns textos documentados que escrevi, em Sumidoiro’s Blog. Muito obrigado e um abraço do Eduardo.

  10. olá! que deleite, ler seu relato! sou descendente da Josefina, irmã do Theófilo, e não sei nada sobre esse ramo da família. fico feliz por poder ver nomes – só soube recentemente que a mãe da minha bisa se chamava Josefina- e dar rostos a alguns nomes. obrigada

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